domingo, 27 de novembro de 2011

Na borda, sem bordas no trans-bordar

O infinito na borda do píer, de frente pra mim, me engoliu em sua vastidão e me despiu.Da silhueta fui me desfazendo em curvas perdidas, me achando espalhada pelo céu enfeitado de luz. Acho que tudo aquilo esperava para se mostrar em mim. Tudo à volta me seduziu e eu seduzi tudo à minha volta. O prazer começando na ponta dos pés eletrizava tudo em mim. Sem bordas, permeada pelo Uno.
  

sábado, 26 de novembro de 2011

Aulas Especiais de Iyengar Yoga no Nirvana e Oficina em Petrópolis

Queridos amigos, alunos e interessados!

Namaskar!


Estou organizando os primeiros encontros no próximo ano.
São aulas especiais no Nirvana e uma oficina em Petrópolis.
Meu objetivo é compartilhar com vocês a poesia que encontro no método, a partir da prática dos alinhamentos. Me encanta cada vez mais a inteligência e consciência que a prática nos revela. Vejo isso na minha prática e na dos meus queridos e dedicados alunos.
"...é preciso estender-se mentalmente para fora a partir do centro do corpo, ou seja, pensar alto e agir rumo ao alto. Pense não apenas em erguer os braços, mas em estendê-los para fora no sentido físico, e, ao matê-los imóveis, pense de novo em estender a inteligência, alongar-se mais além do seu corpo. Não pense em si mesmo como alguém pequeno, contraído, como alguém que sofre. Pense em si mesmo como alguém gracioso e em expansão, por mais improvável que isso pareça no momento" Luz na Vida pg.71

As aulas são para todos os níveis.
Bemvindos todos!

Para se inscrever mandem e-mail: shaktileal@ig.com.br ou shakti.leal@enirvana.com.br que lhes envio a ficha de inscrição.

Segue abaixo a divulgação.





Beijos de luz!

sábado, 19 de novembro de 2011

Não acredite em mim

Não acredite em mim.
Não tenho nenhuma verdade para lhe contar.
Tudo que precisas está dentro do teu coração.
Só poderá encontrar o "tudo"se estiveres livre para isso.
Estar livre significa muitas coisas neste mundo de prisões que criamos mas a única pessoa que poderá fazer estas "muitas coisas" por você é você mesmo.
Sei que é um tanto difícil.
Também estou tentando.

Foto: Bruno Pessoa

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Em Pouso, sobre a cabeça

Na praia de Pouso, enquanto o barco não vinha, me lambuzei de areia, virei estrela de chão, brilhei de sol e de pernas pro o ar fui ver o infinito horizonte me olhar de cabeça pra baixo.
Registrei esse olhar.

http://www.youtube.com/watch?v=k-knkKA8vrg

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Diário de Tremembé 14 de otubro de 2011 - NO PUJA...

ProteçãoEntregaConfiançaHarmoniaPerfeiçãoVirtuosidadeAlegriaPazDevoçãoReligaçãoEquilibrioGraçaDivinoShivaKrsnaBrhamaVisnuLaskshmiPatanjaliGaneshaDeusesPalavrassânscritas...

Palavras sânscritas relaxando os ouvidos,
fechando os olhos,
calando a língua.
Círculos infinitos de prana
passando pelas narinas.
O fogo purificando, queimando:
a vaidade, a rigídez, a opaca dureza.
O sofrimento queimando no fogo dos cinco deuses que regem o universo, 
das quatro direções, 
dos três gunas.

Fumaça de cânfora evaporando o que não compreendo, me cobrindo não sei de quê, e que pelas mãos, vem me vestindo da cabeça aos pés.
Transpondo os poros...
Coração espiritual, por detrás do esterno,  interno.

Ilumina, num rápido lampejo, a mente.
É um rápido lampejo mas a mente, ilumina!

Mente que não mente, neste instante.
É só verdade aquilo que vem,
daquilo que vem.
Não sei bem  como é, mas deve ser  verdade
porque faz bem.
De um jeito simples que só a verdade tem.

(Um jeito que achei de brincar de encontrar a verdade é que, quando é verdade a gente sabe que não cabe nas palavras e que ninguém precisa entender.)

O Todo em mim. De mim o Todo. Um Todo só!

Mão esquerda no cotovelo direito e a mão direita à oferecer.
Mãos unidas no peito, no centro.
No centro da testa.
Voz que soa em todo som
AUM.
Dhoti branco, blusa branca, tilak vermelho.
Linha vertical abrindo a fronte.
De frente.
Pra gente.
Parece que abre a fronte de toda gente que vê aquela fronte, de frente.

AUM shanti, shanti, shantih.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Diário de Tremembé - 13 outubro de 2011

Eu, Sushiila e Fernandinha na estrada ouvindo Marisa Monte, Nina Simone, Miles Davis, Marcelinho da Lua, Roberta Sá... papo leve, risadas, paradinha obrigatória, estrada tranquila, chuva rala, destino certo sem errar de caminho: Tremembé – Hotel Fazenda Maristela.
Elas trouxeram guloseimas saudáveis: crispinhos de alguma coisa com melado de cana, biscoitinhos sem glúten, bananada sem açucar e eu, que não trouxe nada do gênero, só comi rsrs.
Na chegada, a gente mais um monte de gente. Abraços, beijos, sorrisos. Gente que a gente revê. Gente boa pra abraçar sem precisar falar nada. Acho que essa é uma das melhores partes: quando as palavras são desnecessárias. O sorriso e o abraço é a melhor linguagem.
Visitei o quarto da Sushiila e da Fernandinha na casa principal. Fui até o meu. Que coincidência!(?), é o mesmo do ano passado. Três camas arrumadas significa que terei 2 companheiras. Fui conhecer o quarto do Nando também. Deu vontade de ficar no quarto com ele mas já tinha alguém para se hospedar lá. Ah! Tudo bem. Tudo está bem.
Falação de bobagem com o Nando no pátio. Rir é terapeutico e libera tensão. Com o Nando do lado então... a gente vai fácil. Delícia ficar com as mandíbulas cansadas de tanto rir. Garganta livre!
No jantar comidas de tantas cores, texturas, sabores e cheiros diferentes...  e aquele monte de gente, colorindo seus pratos conforme sua fome ou gula. Mais re-encontros, conversas amenas.  Um zum-zum-zum e eu na sopa, no quente, no doce... depois uma vontade de cobrir me da noite.
Conversa de ex-pressão com o Rafa. Cada um revelando seus processos catárticos . Muito interessante essa verdade que não é única nem de ninguém mas genuína em cada um.
Antes de me retirar do salão, após os costumeiros avisos que permeiam os protocolos do curso...  um namaskar e um abraço apertado do Faeq. Palavras de tranquilidade trazendo encorajamento. Devo confessar que admiro sua sensibilidade e psicologia. Mente clara e focada.

Não sei o que é mas parece mágica, que vem dos olhos e do sorriso largo a certeza de estar no lugar certo, na hora certa, fazendo a coisa certa com as pessoas certas.

Aí vem aquela vontade da solitude.
De caminhar devagar e perceber o brilho da lua nas pedrinhas chutadas pela ponta do meu tênis.
Passos leves, gestos suaves...  a noite entrando pelos pulmões e me esvaziando de mim mesma...
Uma câmera lenta filmava o trajeto até chegar no quarto, esvaziar a mala, organizar os livros... BKS Iyengar ao lado de Manoel de Barros. Perfeito! Dois sagitarianos de noventa e tal de anos me ensinando  o caminho pra dentro. Cada com sua poesia.
Um pássaro da noite fazendo serenata na janela do meu quarto. Não posso vê-lo mas posso senti-lo no canto, na boca.
Descobri que estou sozinha no quarto. Solitude.
E eu vou. Vou indo, apenas indo... assim é bom.
Está tudo bem.